— Isto só pelo diabo!... exclamei eu involuntariamente, batendo o pé com toda a força.
— O senhor está doido?! disse-me... gemendo e fazendo uma careta horrível, o meu companheiro da esquerda.
— Não tenho que lhe dar satisfações, respondi-lhe amuado.
Tem, sim senhor, retorquiu-me o sujeito, empinando-se.
Pois que lhe fiz eu então? acudi, alterando-me.
— Acaba de pisar-me, com a maior força, no melhor calo do meu pé direito.
— Oh! senhor... queira perdoar!...
E dando mil desculpas ao homem, saí do teatro, pensando no meu amor.
Confesso que deveria ter notado que a minha paixão começava debaixo de maus auspícios, mas a minha má fortuna ou, melhor, os teus maus conselhos me empurravam para diante com força de gigante.
Sem pensar no que fazia, subi para os camarotes e fui dar comigo no corredor da quarta ordem; passei junto do camarote de minhas atenções: era o nº 3 (número simbólico, cabalístico e fatal! repara que