— E para que negar, se já o nosso colega afirmou que eu me prezava de ter essa qualidade?

— Misericórdia! exclamou uma das moças.

— É possível?! ... perguntou a avó de Filipe, com seriedade.

— É absolutamente verdade, respondeu o estudante. Lançou depois um olhar ao derredor da mesa e todas as senhoras lhe voltaram o rosto. D. Quinquina tinha nos lábios um triste sorriso. A Moreninha olhou-o com espanto, durante um certo momento, mas logo depois soltou uma sofrível risada e pareceu ocupar-se exclusiva-mente de uma fatia de pudim.

Reinou silêncio por alguns instantes; Fabrício parecia vitorioso; Augusto estava como em isolamento, as senhoras olhavam para ele com receio, e mostravam temer encontrar seus olhos; dir-se-ia que receavam que de uma troca de olhar nascesse para logo o sentimento que as devesse tornar desgraçadas. Desde as fatais palavras de Fabrício, Augusto era naquela mesa o que costumava ser um leproso na Idade Média: o homem perigoso, cujo contato podia fazer a desgraça de outro.

Fabrício compreendeu