«Mais luz!... que o meu espírito veloz
Vôo mais livre e mais sublime ensaia;
Sou como um rio que não tenha foz,
Como um Oceano que não tenha praia.»

«Mais luz!... Eu sonho, eu sinto para além
Uma outra Vida superiôr á minha :
Formas, espíritos, visões...? Alguém
Que num País mais lúcido caminha.

«Ha outra, inda mais Vida. Eu bem na sinto,
E tam real que quasi me incomoda,
Estendo as mãos, pergunto por instinto:
«Quem fala, quem palpita á minha roda ?»

«Desejo é já princípio d'outra Vida,
O Tempo — uma cegueira da Matéria...
Vou ser a Luz, a Alma comovida,
Espírito, Princípio, Esséncia eterea!...»

«Ardo, deliro, anceio!... Luz emfim!...
Sam labaredas os meus ramos nús;
Ha fogo a crepitar dentro de mim...
Pairo, alumio e vejo,... Sou a Luz!...»