Mas pouco a pouco um gélido terrôr
Esfria o Céu, transtorna a face á Terra,
Perturba-lhe a feição, muda-lhe a côr,

E, como alguém que um pesadelo aterra,
Ou louco, ou visionário, ou epilético,
Assim árvore, nuvem, alta serra

Tem o semblante lívido e patético,
Como se nas mais hórridas posturas
Tudo caísse em sôno cataléptico

Num hospital imenso de loucuras.
Emquanto os brutos animais ferozes,
Buscam de medo as negras espessuras,

Os alciões, gaivotas, e albatrozes,
— As aladas sibilas da tormenta,
Soltam no Mar as agoirentas vozes;