Pé, que de mal pisar é furacão,
Braço, como o de Jupiter tonante,
ígneo feixe de raios traz na mão;
Voz, de que ouvimos só o eco distante,
E apezar disso todo o Mundo abala
Num trovejar contínuo e retumbante;
E olhai a flôr que o seu cabelo engala —
Rosa dos Ventos, rosa de delírio,
Que um perfume de espanto e Dôr exala,
Rosa de assolação e de Martírio
Cujas pétalas sam de tal altura,
Que abraçam e penetram todo o Empíreo...!
Oh! que sublime e trájica figura,
Que faz horrôr, sendo a divina Graça,
E espalha a treva, quando mais fulgura!