perfeição da sua belleza, outros pela complicação da sua ferocidade. Mas todos se misturavam á vida humana, divinisando-a: viajavam em carros triumphaes, respiravam as flôres, bebiam os vinhos, defloravam as virgens adormecidas. Por isso eram amados com um amor que não mais voltará: e os povos, emigrando, podiam abandonar os seus gados ou esquecer os rios onde tinham bebido — mas levavam carinhosamente os seus deuses ao collo. «O amigo, perguntou elle, nunca esteve em Babylonia?» Ahi todas as mulheres, matronas ou donzellas, se vinham um dia prostituir nos bosques sagrados, em honra da deusa Mylitta. As mais ricas chegavam em carros marchetados de prata, puxados a búfalos, e escoltadas d’escravas; as mais pobres traziam uma corda ao pescoço. Umas, estendendo um tapete na herva, agachavam-se como rezes pacientes; outras, erguidas, núas, brancas, com a cabeça escondida n’um véo preto, eram como esplendidos marmores entre os troncos dos alamos. E todas assim esperavam que qualquer, atirando-lhe uma moeda de prata, lhes dissesse: «Em nome de Venus!» Seguiam-no então, fosse um principe vindo de Suza com tiara de perolas, ou o mercador que desce o Euphrates no seu barco de