o seu burro, carregado de cantaros de barro amarello, gritou-nos: «Bemditas sejam as vossas mães, boa vos seja a Paschoa!» E um leproso, que descançava á sombra, nos olivedos, perguntou-nos, gemendo e mostrando as chagas, qual era em Jerusalem o Rabbi que curava, e aonde se apanhava a raiz do baraz.
Já nos aproximavamos de Bethania. Para dar de beber ás egoas parámos n’uma linda fonte que um cedro assombreava. E o douto Topsius, arranjando um loro, admirava-se de não termos encontrado a caravana que vem de Galilêa celebrar a Paschoa a Jerusalem — quando soou, adiante, na estrada, um rumor lento d’armas em marcha... E eu vi, assombrado, apparecerem soldados romanos, d’esses que tantas vezes amaldiçoára em estampas da Paixão!
Barbudos, tostados pelo sol da Syria, marchavam solidamente, em cadencia, com um passo bovino, fazendo resoar sobre as lages as sandalias ferradas: todos traziam ás costas os escudos envoltos em saccos de lona: e cada um erguia ao hombro uma alta forquilha, d’onde pendiam trouxas encordelada, pratos de bronze, ferramentas e cachos de tamaras. Algumas filas, descobertas, seguravam o capacete como um balde: outras,