romano! Tu queres a destruição de Judá!
Um estremecimento de cólera, de paixão devota, passou entre os Phariseus: alguns palpavam o seio da tunica como procurando uma arma. E Rabbi Robam continuava, denunciando o Pretor, com serenidade e lentidão:
— Tu queres deixar impune o homem que prégou a insurreição, declarando-se rei n’uma provincia de Cesar, para tentar, pela impunidade, outras ambições mais fortes e levar outro Judas de Gamala a atacar as guarnições de Samaria! Assim preparas um pretexto para abater sobre nós a espada imperial, e inteiramente apagar a vida nacional da Judêa. Tu queres uma revolta para a afogares em sangue, e apresentar-te depois a Cesar como soldado victorioso, administrador sabio, digno d’um proconsulado ou d’um governo na Italia! É a isso que chamaes a fé romana? Eu não estive em Roma, mas sei que a isso se chama lá a fé punica... Não nos supponhas porém tão simples como um pastor d’Idumêa! Nós estamos em paz com Cesar, e cumprimos o nosso dever condemnando o homem que se revoltou contra Cesar... Tu não queres cumprir o teu, confirmando essa condemnação?