entre Sadduceus, Escribas, Sophorins, Phariseus, sectarios de Schemaia, sectarios de Hillel, Juristas, Grammaticos, fanaticos de toda a terra judaica. Junto ás columnas de marmore installavam-se os Mestres da Lei, sobre altos escabellos, tendo ao lado um prato de metal onde cahiam os óbolos dos fieis: e em torno, encruzados no chão, com as sandalias ao pescoço, as pellicas cobertas de letras vermelhas desdobradas nos joelhos, os discipulos, imberbes ou decrepitos, resmoneavam os dictames balançando os hombros lentos. Aqui e além, no meio de devotos embebidos, dois doutores disputavam, com as faces assanhadas, sobre temerosos pontos da Doutrina. «Póde-se comer um ovo de gallinha posto no dia de Sabbath? Por que osso da espinha dorsal começa a Resurreição?» O philosophico Topsius ria, disfarçado n’uma préga da capa: mas eu tremia quando os doutores, escaveirados e barbudos, se ameaçavam, gritavam racca! racca! mergulhando a mão no seio da tunica á procura d’um ferro escondido.
A cada momento cruzavamos esses Phariseus, resoantes e vazios como tambores, que vêm ao Templo assoalhar a sua piedade — uns com as costas vergadas, esmagadas pela vastidão do peccado humano; outros,