Patriarcha approvou. Por isso, eu cá, é malinha aberta, sem receio... Póde-se esquadrinhar, póde-se cheirar... A que cheira é a religião! Olhe, titi, olhe... Aqui estão as ceroulinhas e as piuguinhas. Isso não póde deixar de ser, porque é peccado andar nú... Mas o resto, tudo santo! O meu rosario, o livrinho de missa, os bentinhos, tudo do melhor, tudo do Santo Sepulchro...

— Tens alli uns embrulhos! rosnou a asquerosa senhora, estendendo um grande dedo descarnado.

Abri-os logo, com alacridade. Eram dois frascos lacrados d’agua do Jordão! E muito sério, muito digno, fiquei diante da snr.ª D. Patrocinio com uma garrafinha do liquido divino na palma de cada mão... Então ella, com os oculos de novo embaciados, beijou penitentemente os frascos: uma pouca da baba do beijo escorreu nas minhas unhas. Depois, á porta, suspirando, já rendida:

— Olha, filho, até estou a tremer... E é d’estes gostinhos todos!

Sahiu. Eu fiquei coçando o queixo. Sim, ainda havia uma circumstancia que me escorraçaria do testamento da titi! Seria apparecer diante d’ella, material e tangivel, uma evidencia das minhas relaxações... Mas como surgiria ella jámais n’este logico Universo?