manso de brisa entre jasmins, uma Voz repousada e suave:
— Quando tu ias ao alto da Graça beijar no pé uma imagem — era para contar servilmente á titi a piedade com que deras o beijo: porque jámais houve oração nos teus labios, humildade no teu olhar — que não fosse para que a titi ficasse agradada no seu fervor de beata. O Deus a que te prostravas era o dinheiro de G. Godinho; e o céo para que teus braços trementes se erguiam — o testamento da titi... Para lograres n’elle o lugar melhor fingiste-te devoto sendo incredulo; casto sendo devasso; caridoso sendo mesquinho; e simulaste a ternura de filho tendo só a rapacidade de herdeiro... Tu foste illimitadamente o Hypocrita! Tinhas duas existencias: uma ostentada diante dos olhos da titi, toda de rosarios, de jejuns, de novenas; e longe da titi, sorrateiramente, outra, toda de gula, cheia da Adelia e da Benta... Mentiste sempre: — e só eras verdadeiro para o céo, verdadeiro para o mundo, quando rogavas a Jesus e á Virgem que rebentassem depressa a titi. Depois resumiste esse laborioso dolo d’uma vida inteira n’um embrulho — onde accommodáras um galho, tão falso como o teu coração; e com elle contavas empolgar definitivamente