fallou da brancura dos braços da Adelia: e eu comecei a caminhar ao lado do Rinchão, enfiando as luvas pretas.

Munidos d’um cartucho de pasteis e de uma garrafa de Madeira, encontrámos a Ernestina a coser um elastico nas suas botinas de duraque. E a Adelia, estendida no sofá, de chambre e em saia branca, com os chinelos cahidos no tapete, fumava um cigarro languido. Eu sentei-me ao lado d’ella, commovido e mono, com o meu guarda-chuva entre os joelhos. Só quando o Silverio e Ernestina correram dentro á cozinha, abraçados, a buscar copos para o Madeira, ousei perguntar á Adelia, córando:

— Então a menina d’onde é?

Era de Lamego. E eu, novamente acanhado, só pude gaguejar que era tristonho aquelle tempo de chuva. Ella pediu-me outro cigarro, cortezmente, dizendo-me — o cavalheiro. Apreciei estes modos. As mangas largas do seu roupão, escorregando descobriam braços tão brancos e macios que entre elles a Morte mesma deveria ser deleitosa.

Fui eu que lhe offereci o prato onde a Ernestina collocára os pasteis. Ella quiz saber o meu nome. Tinha um sobrinho que tambem se chamava Theodorico; e isto foi