e de que lindo velludo vestia a rainha.
— E sabe quem me veio fallar, titi? O barão d’Alconchel, o ricaço, tio d’aquelle rapaz que foi meu condiscipulo. Veio apertar-me a mão, esteve um bocado commigo no salão... Tratou-me com muita consideração.
A titi gostou d’esta consideração.
Depois, tristemente, como um moralista magoado, queixei-me do nedio decote d’uma senhora immodesta, núa nos braços, núa no peito, mostrando toda essa carne, esplendida e irreligiosa, que é a desolação do justo e a angustia da Igreja.
— Jesus, Senhor, que vexame! Acredite a titi, estava com nojo!
A titi gostou d’este nojo.
E passados dias, depois do café, quando eu me dirigia, ainda de chinelas, ao oratorio, a fazer uma curta petição ás chagas do nosso Christo d’ouro — a titi, já de braços cruzados e somnolenta, disse-me d’entre a sombra do lenço:
— Está bom, se queres, volta hoje a S. Carlos... E lá quando te appetecer, não te acanhes, tens licença, pódes ir gozar um bocado de musica... Agora que estás um homem, e que parece que tens proposito, não me importa que fiques fóra, até ás onze ou