Página:A Vida de Antonio Rodrigues Ferreira.pdf/25

DO INSTITUTO DO CEARÁ
37

Era tambem proposito seo, de que só desistio para evitar enormes despezas e prejuisos, demolir igualmente o antigo edificio da Cadêa do Crime, quando esta em 1855 passou para a Cadêa Nova, de modo que a praça se estendesse até o actual sobrado do Coronel José Albano[1].

Não tendo podido realisar esse intento, pretendia levantar no lado fronteiro ao sobrado do Coronel Machado um outro torreão, igual ao do lado da actual Bibliotheca Publica, para nelle funccionar a assembléa provincial[2].

Mas, não chegando a acordo com o Presidente Pires da Motta limitou-se a dar ao predio camarario a conveniente transformação que ainda conserva, e comprou de intelligencia com o mesmo Presidente, por conta dos cofres da Camara, os chamados Quartos d’Agostinha, sitos na actual praça Jose de Alencar, demolio-os, e sobre elles foi então levantado o elegante edificio d’assembléa provincial por conta da Província[3].

Na praça do Garrote, hoje dos Voluntarios da Patria, fez demolir uma casa que estava fora do alinhamento, obstruindo a passagem franca e a vista para o actual boulevard do Visconde do Rio Branco[4]. Mais ainda teve elle de fazer, demolindo toda casaria existente entre os edificios do Thezouro Provincial e o d’Assembléa Provincial, hoje propriedade da Casa Ingleza[5], fazendo a nova praça da Sé.


  1. Vide Actas das sessões de 3 e 17 de Agosto de 1854.
  2. Vide Acta citada da sessão de 3 de Agosto de 1854.
  3. Esses Quartos foram comprados por 2:400$000, que foram logo pagos pela Camara. Vide Acta supra.
  4. Vide a Acta da Sessão de 19 de Abril de 1848. Essa casa era de Antonio Simões Ferreira Faria.
  5. Havião nesse espaço as seguintes casas: 2 e umas frentes de 5 portas de Francisco Xavier Nogueira, 1 de Manoel de Pontes Franco, l de D. Francisca Mendes, 4 de Bernardo José de Mello, 1 de D. Maria dos Santos, l de Antonio Raposo, e 1 sobradinho com duas casas de D. Joanna, viuva de Luiz Carlos.