- Acha?
- Ora! com certeza.
- Pois não vou; há de chamar-me primeiro; se quiser. Hoje vou passar a tarde com...
- Clara Silvestre?
- Não! com o Henrique Bastos... ele convidou-me para um passeio a S. Paulo, vou-lhe dizer que aceito.
- Faz bem.
Entretanto, Ernestina sentia-se febril, quase doente de ansiedade, esperando o momento em que Luciano fosse pedir oficialmente a sua mão. Ele escrevia-lhe de S. Paulo, mas as cartas iam rareando e as saudades crescendo. Ernestina foi duas vezes a Friburgo; afogava a filha em beijos e abraços e voltava com uma enorme lista de encomenda que acrescentava sempre com mais tetéias e gulodices. Todavia, sentia nessa dura experiência ser impossível viver longe da sua querida Sara, e teimava em prolongar a separação, pagando com lágrimas de saudade esse sacrifício.
Três meses depois da ausência, Luciano voltou a casa de Ernestina; encontrou-a em doce palestra com D. Candinha Nunes. Sara voltaria no dia seguinte. Ernestina estava radiante. Ele achou-a pálida, transparecia nela o cansaço da tristeza e da solidão, embora a alegria do momento a sacudisse nervosamente.