- Pois sim, mas prometa-me...
- O quê?
- Não é nada, vamos? E a viúva passou adiante.
A sala tinha portas para uma varanda de ladrilhos cor de rosa e colunas finas de ferro bronzeado. Dali descia-se por três degraus baixos e muito largos para o jardim. O sol de junho iluminava tudo com uma luz risonha, e nos largos canteiros relvados as flores rubras das casadinhas pareciam gotejar o sangue nos seus braços espinhosos.
A viúva Simões ia adiante, erguendo a cauda do vestido preto; Luciano admirava-lhe a graça do andar e a cor levemente morena do seu pescoço roliço e delicado. Dando volta ao jardim foram parar a uma segunda grade; a dona da casa abriu e entraram no pomar. Aí, num espaço bem varrido, nivelado e todo guarnecido em derredor por bambus, é que Sara e as amigas jogavam o croquet.
No momento em que entraram, exatamente quem jogava era a filha de Ernestina. Não lhe viram a cara; estava curvada para diante; o vestido arrastava na frente, mostrando-lhe atrás os tornozelos finos e as meias pretas riscadas de cinzento. A mãe deixou-a jogar, e ao vê-la erguer-se bateu-lhe levemente no ombro. Sara voltou-se.
Luciano observou-a com curiosidade.