- Vamos, vamos!

- Eu ainda hoje não tinha visto Gina...

- Nem há necessidade de se verem todos os dias! Estou farta de tolices!

A voz de Ernestina tornara-se brusca, imperativa.

Entraram ambas.

- Mamãezinha está zangada? perguntou Sara com doçura, abraçando a mãe.

Ernestina arrependeu-se e, envergonhada da sua aspereza, beijou a filha, dizendo-lhe com brandura:

- Vai tocar.

- Tocar?! E o luto?

O luto! O eterno luto? Era sempre a resposta! Passaram um serão melancólico. Às 18 horas recolheram-se aos quartos.

Ernestina não pôde dormir; a cama fazia-lhe mal; atormentava-a a idéia das noites que dormira ali, com o Simões.

Quinze dias depois Luciano fez-lhe a segunda visita. A viúva lamentou-se da sua ausência e indagou dos lugares que ele mais freqüentava.

Ele, muito calculadamente, mostrava-se frio, disse ter estado fora, na fazenda de um amigo, e a visita corre, às vezes silenciosa e sempre constrangida.

Quando Luciano saiu, Ernestina fechou-se no quarto, a chorar.