IV

 



Nessa
fecunda semana, uma noite, recolhíamos ambos da Ópera, quando Jacinto, bocejando, me anunciou uma festa no 202.

— Uma festa?...

— Por causa do Grão-Duque, coitado, que me vai mandar um peixe delicioso e muito raro que se pesca na Dalmácia. Eu queria um almoço curto. — O Grão-Duque reclamou uma ceia. É um bárbaro, besuntado com literatura do século xviii, que ainda acredita em ceias, em Paris! Reúno no domingo três ou quatro mulheres, e uns dez homens bem típicos, para o divertir. Também aproveitas. Folheias Paris num resumo... Mas é uma maçada amarga!

Sem interesse pela sua festa, Jacinto não se afadigou em a compor com relevo ou brilho. Encomendou apenas uma orquestra de Tziganes (os Tziganes, as suas jalecas escarlates, a melancolia áspera das Czardas ainda nesses tempos

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