talvez cor de reseda muito desmaiada, com um frouxo de rendas antigas de Malines... É prodigioso como me escapou. Pois tenho o meu caderno de entrevistas bem anotadas, bem documentadas!...
Na sua amargura, terminou por suplicar a Marizac que espalhasse por toda a parte, no Clube, nas salas, a sua confissão. Fora um engano de artista, que trabalha na febre, vasculhando as almas, perdido nas profundidades negras das almas! Não reparara no colete, confundira os tons... Gritou, com os braços estendidos para o director do Boulevard:
— Estou pronto a fazer uma rectificação, numa interview, meu caro mestre! Mande um dos seus redactores... Amanhã, às dez horas! Fazemos uma interview, fixamos a cor. Evidentemente é lilás... Mande um dos seus homens, meu caro mestre! É também uma ocasião para eu confessar, bem alto, os serviços que o Boulevard tem feito às ciências psicológicas e feministas!
Assim ele suplicava, encostado à estante, às lombadas dos Santos Padres. E eu abalei, vendo ao fundo da Biblioteca Jacinto que se debatia e se recusava entre dois homens.
Eram os dois homens de Madame de Trèveá — o marido, conde de Trèves, descendente dos reis de Cândia, e o amante, o terrível banqueiro judeu, David Efraim. E tão enfronhadamente assaltavam o meu Príncipe que nem me reconheceram, ambos num aperto de mão mole e vago me trataram por « caro conde » ! Num relance, rebuscando charutos sobre a mesa de limoeiro, compreendi que se tramava a Companhia