— Foi divertido, Jacinto! Sumptuosa mulher, a Verghane! Grande pena, o elevador...
E Jacinto, num som cavo que era bocejo e rugido:
— Uma maçada! E tudo falha!
Três dias depois desta festa no 202 recebeu o meu Príncipe inesperadamente, de Portugal, uma nova considerável. Sobre a sua quinta e solar de Tormes, por toda a serra, passara uma tormenta devastadora de vento, corisco e água. Com as grossas chuvas, «ou por outras causas que os peritos dirão» (como exclamava na sua carta angustiada o procurador Silvério), um pedaço de monte, que se avançava em socalco sobre o vale da Carriça, desabara, arrastando a velha igreja, uma igrejinha rústica do século xvi, onde jaziam sepultados os avós de Jacinto desde os tempos de el-rei D. Manuel. Os ossos veneráveis desses Jacintos jaziam agora soterrados sob um montão informe de terra e pedra. O Silvério já começara com os moços da quinta a desatulhar os «preciosos restos». Mas esperava ansiosamente as ordens de sua ex.a...
Jacinto empalidecera, impressionado. Esse velho solo serrano, tão rijo e firme desde os Godos, que de repente ruía! Esses jazigos de paz piedosa, precipitados com fragor, na borrasca e na treva, para um negro fundo de vale! Essas ossadas, que todas conservavam um nome, uma data, uma história, confundidas num lixo de ruína!
— Coisa estranha, coisa estranha !...
E toda a noite me interrogou acerca da serra