FRADIQUE.
XI
A MR. BERTRAND B.
Engenheiro na Palestina
Paris, Abril.
Meu Caro Bertrand. — Muito ironicamente, hoje, neste domingo de Páscoa, em que os céus contentes se revestiram pascalmente duma casula de ouro e de azul, e os lilases novos perfumam o meu jardim para o santificar, me chega a tua horrenda carta, contando que findaste o traçado do Caminho de Ferro de Jafa, a Jerusalém! E triunfas! Decerto, à porta de Damasco, com as botas forbes enterradas no pó de Josafat, o guarda-sol pousado sobre uma pedra tumular de profeta, o lápis ainda errante sobre o papel, sorris, todo te dilatas, e através das lunetas defumadas contemplas, marcada por bandeirinhas, a «linha» onde em breve, fumegando e guinchando, rolará da velha Jepo, para a velha Sião, o negro comboio da tua negra obra! Em redor os empreiteiros, limpando o grosso suor da façanha, desarrolham as garrafas da cerveja festiva! E por trás de vós o Progresso, hirto contra as muralhas de Herodes, todo engonçado, todo aparafusado, também triunfa, esfregan