para o cafesal, ficando elle quasi a sós com Isaura no meio daquelles vastos e desertos edificios.

Dir-me-hão, que sendo Isaura uma escrava, Leoncio, para achar-se a sós com ella não precisava de semelhantes subterfugios, e nada mais tinha a fazer do que mandal-a trazer á sua presença por bem ou por mal. De certo elle assim podia proceder, mas não sei que prestigio tem, mesmo em uma escrava, a belleza unida á nobreza da alma, e á superioridade da inteligencia, que impõe respeito aos entes ainda os mais perversos e corrompidos. Por isso Leoncio, a despeito de todo o seo cynismo e obcecação, não podia eximir-se de render no fundo d’alma certa homenagem á belleza e virtudes daquella escrava excepcional, e de tratal-a com mais alguma delicadeza do que ás outras.

— Isaura, — disse Leoncio, continuando o dialogo que deixámos apenas encetado, — fica sabendo, que agora a tua sorte está inteiramente entre as minhas mãos.

— Sempre esteve, senhor, — respondeo humildemente Isaura.

— Agora mais que nunca. Meo pae é fallecido, e não ignoras que sou eu o seo unico herdeiro. Malvina por motivos, que sem duvida terás adivinhado, acaba de abandonar-me, e retirou-se para a casa de seo pae. Sou eu pois, que hoje unicamente governo nesta casa, e disponho do