cá, meo Alvaro; esse anjo, fada, deosa, mulher ou o que quer que seja, não te disse d’onde veio, de que familia é, se tem fortuna, etc., etc., etc.?

— Pouco me importo com essas cousas, e poderia responder-te que veio do céo, que é da familia dos anjos, e que tem uma fortuna superior a todas as riquezas do mundo: uma alma pura, nobre e intelligente, e uma belleza incomparavel. Mas sempre te direi que o que sei de positivo a respeito della é que veio do Rio-Grande do Sul em companhia de seo pae, de quem é ella a unica familia; que seos meios são bastantemente escassos, mas que em compensação ella é linda como os anjos, e tem o nome de Elvira.

— Elvira! — observou o terceiro cavalheiro — bonito nome na verdade!... mas não poderás dizer-nos, Álvaro, onde mora a tua fada?...

— Não faço mysterio disso; mora com seo pae em uma pequena chacara no bairro de Santo Antonio, onde vivem modestamente, evitando relações, e apparecendo mui raras vezes em publico. Nessa chacara, escondida entre moitas de coqueiros e arvoredos, vive ella como a violeta entre a folhagem, ou como fada mysteriosa em uma gruta encantada.

— E’ celebre! — retorquio o doutor — mas como chegaste a descobrir essa nympha encantada, e a ter entrada em sua gruta mysteriosa?