mes, constituem a atmosphera em que deve brilhar a belleza, que Deos creou para ser vista e admirada. Vim buscal-a a pedido de alguns cavalheiros, que já são admiradores de Vª. Exª. Para interromper a monotonia das valsas e quadrilhas, costumão aqui as senhoras encantar-nos os ouvidos com alguma canção, aria, modinha, ou seja o que fôr. Algumas pessoas, a quem eu disse, — perdoe-me a indiscrição, filha do enthusiasmo, — que Vª. Exª. possue a mais linda voz, e canta com maestria, mostrão o mais vivo desejo de ouvil-a.

— Eu, senhor Alvaro!.. eu cantar diante de uma tão luzida reunião!.. por favor queira dispensar-me dessa nova prova. E’ em seo proprio interesse, que lhe digo; canto mal, sou muito acanhada, e estou certa que irei solemnemente desmentil-o. Poupe-nos a nós ambos essa vergonha.

— São desculpas, que não posso acceitar, por que já a ouvi cantar, e creia-me, D. Elvira, se eu não tivesse a certeza, de que a senhora canta admiravelmente, não seria capaz de expôl-a a um fiasco. Quem canta como Vª. Exª. não deve acanhar-se, e eu por minha parte peço-lhe encarecidamente, que não cante outra cousa, senão aquella maviosa canção da escrava, que outro dia a sorprehendi cantando, e affianço a Vª. Exª, que arrebatará os ouvintes.

— Por que razão não pode ser outra? essa desperta-me recordações tão tristes...