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vistas do creador, e transformar em uma vil escrava o anjo que sobre a terra cahio das mãos de Deos?...

— Mas por uma triste fatalidade o anjo cahio do céo no lodaçal da escravidão, e ninguem aos olhos do mundo o poderá purificar dessa nodoa, que lhe mancha as azas. Alvaro, a vida social está toda juncada de forcas caudinas, por debaixo das quaes nos é forçoso curvar-nos, sob pena de abalroarmos a fronte em algum obstaculo, que nos faça cahir. Quem não respeita as conveniencias e até os preconceitos sociaes, arrisca-se a cahir no descredito ou no ridiculo.

— A escravidão em si mesma já é uma indignidade, uma ulcera hedionda na face da nação, que a tolera e protege. Por minha parte, nenhum motivo enxergo para levar a esse ponto o respeito por um preconceito absurdo, resultante de um abuso, que nos deshonra aos olhos do mundo civilisado. Seja eu embora o primeiro a dar esse nobre exemplo, que talvez será imitado. Sirva elle ao menos de um protesto energico e solemne contra uma barbara e vergonhosa instituição.

— E’s rico, Alvaro, e a riqueza te dá bastante independencia, para poderes satisfazer os teos sonhos philantropicos e os caprichos de tua imaginação romanesca. Mas tua riqueza, por maior que seja, nunca poderia reformar os prejuizos do mundo, nem fazer com que essa escrava, a quem segundo