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contra a desditosa escrava. Bem sabia, que Malvina com a sua alma branda e compassiva jámais consentiria em castigos crueis; o que meditava porém nada tinha de barbaro na apparencia, se bem que fosse o mais humilhante e doloroso flagicio imposto ao coração de uma mulher, que tinha consciencia de sua belleza, e da nobreza e elevação de seo espirito.

— E o que pretendes fazer de Isaura? perguntou Malvina.

— Dar-lhe um marido e carta de liberdade.

— E já achaste esse marido?

— Pois faltão maridos?... para achal-o não precisei sair de casa.

— Algum escravo, Leoncio?... oh!... isso não.

— E que tinha isso, uma vez que eu tambem forrasse o marido? era cré com cré, lé com lé. Bem me lembrei do André, que bebe os ares por ella; mas por isso mesmo não a quero dar áquelle maroto. Tenho para ella peça muito melhor.

— Quem Leoncio?

— Ora quem!... o Belchior.

— O Belchior!... exclamou Malvina rindo-se muito. — Estás cassoando; falla serio, quem é?...

— E’ o Belchior, senhora; fallo serio.

— Mas esperas acaso, que Isaura queira casar-se com aquelle monstrengo?