A ESCRAVA ISAURA
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— Bom dia, senhores preguiçosos! — disse ella com voz argentina e festiva como o trino da andorinha. — Até que em fim sempre se levantárão!

— Estás hoje muito alegre, minha querida, — retorquio-lhe sorrindo o marido; — viste algum passarinho verde de bico dourado?...

— Não vi, mas hei-de ver; estou alegre mesmo, e quero que hoje aqui em casa seja um dia de festa para todos. Isto depende de ti, Leoncio, e estava afflicta por te ver de pé; quero dizer-te uma cousa; já devia tel-a dito hontem, mas o prazer de ver este ingrato de irmão, que ha tanto tempo não vejo, me fez esquecer...

— Maz o que é?... falla, Malvina.

— Não te lembras de uma promessa, que sempre me fazes, promessa sagrada, que ha muito tempo devia ter sido cumprida?... hoje quero absolutamente, exijo, o seo cumprimento.

— Devéras!?... mas que promessa?... não me lembro.

— Ah! como te fazes de esquecido!... não te lembras, que me prometteste dar liberdade a.....

— Ah! já sei, já sei; — atalhou Leoncio com impaciencia. — Mas tratar disso aqui agora? em presença della?... que necessidade ha de que nos ouça? —

— E que mal faz isso? mas seja como quizeres, — replicou a moça tomando a mão de Leoncio e