tudo uma carteira, que apresentou a Leoncio; — faça o favor de abrir esta carteira; aqui encontrará Vª. Sª. a quantia exigida pelo senhor seo pae, para a liberdade de uma escrava desta casa por nome Isaura.
Leoncio enfiou, e tomando machinalmente a carteira, ficou alguns instantes com os olhos pregados no teto.
— Pelo que vejo, — disse por fim, — o senhor deve ser o pae.... aquelle que dizem ser o pae da dita escrava;... — é o senhor.... — não me lembra o nome....
— Miguel, um criado de Vª. Sª.
— É verdade; o senhor Miguel. Folgo muito que tenha arranjado meios de libertar a menina; ella bem merece esse sacrificio.
Enquanto Leoncio abre a carteira, e conta e reconta mui pausadamente nota por nota o dinheiro, mais para ganhar tempo a reflectir sobre o que deveria fazer naquellas conjuncturas, do que para verificar se estava exacta a somma, aproveitemo-nos do ensejo para contemplar a figura do bom e honrado portuguez, pae da nossa heroina, de quem ainda não nos occupámos senão de passagem.
Era um homem de mais de cincoenta annos; em sua physionomia nobre e aberta transpirava a franqueza, a bonhomia, e a lealdade.
Trajava pobremente, mas com muito alinho e