roliça e luzidia crioula, desde a negra brunida como azeviche até á mulata quasi branca.

Entre estas ultimas distinguia-se uma rapariguinha a mais faceira e gentil que se pode imaginar nesse genero. Esbelta e flexivel de corpo, tinha o rostinho mimoso, labios um tanto grossos, mas bem modelados, voluptuosos, humidos, e vermelhos como boninas, que acabão de desabrochar em manhã de abril. Os olhos negros não erão muito grandes, mas tinhão uma viveza e travessura encantadora. Os cabellos negros e annelados, podião estar bem na cabeça da mais branca fidalga de além-mar. Ella porém os trazia curtos e mui bem frisados á maneira dos homens. Isto longe de tirar-lhe a graça, dava á sua physionomia zombeteira e espevitada um chiste original e encantador. Se não fossem os brinquinhos de ouro, que lhe tremião nas pequenas e bem molduradas orelhas, e os túrgidos e offegantes seios que como dois trêfegos cabritinhos lhe pulavão por baixo de transparente camisa, tomal-a-hieis por um rapazete maroto e petulante. Veremos em breve de que ralé era esta creança, que tinha o bonito nome de Rosa.

No meio do sussurro das rodas, que giravão, das monotonas cantarólas das fiandeiras, do compassado estrepito do tear, que trabalhava incessantemente, dos guinchos e alaridos das creanças, quem prestasse attento ouvido, escutaria a seguinte