tua irmã, pois bem sabes que tua mãe a amava e idolatrava como a uma filha querida, e que era seo mais ardente desejo libertal-a por sua morte e deixar-lhe um legado consideravel, que lhe assegurasse o futuro. Sabes tambem, que teo pae havia feito promessa solemne ao pae de Isaura de dar-lhe alforria pela quantia de dez contos de réis, e Miguel já te veio pôr nas mãos essa exorbitante quantia. Sabes tudo isto, e ainda vens com duvidas e demoras!... Oh! isto é muito!... não vejo motivo nenhum para demorar o cumprimento de um dever, de que ha muito tempo já devias ter-te desempenhado.
— Mas para que, semelhante pressa?... não me dirás, Malvina? — replicou Leoncio com a maior brandura e tranquillidade. — De que proveito pode ser agora a liberdade para Isaura? por ventura não está ella aqui bem? é maltratada?... soffre alguma privação?... não continúa a ser considerada antes como uma filha da familia, do que como uma escrava? queres que desde já a soltemos á tôa por esse mundo?... assim de certo não cumpriremos o desejo de minha mãe, que tão sollicita se mostrava pela sorte futura de Isaura. Não, minha Malvina; não devemos por ora entregar Isaura a si mesma. E’ preciso primeiro assegurar-lhe uma posição decente, honesta e digna de sua belleza e educação, procu-