azul imaculado. Longe, a casaria da cidade, com as suas torres, esfumava-se em uma neblina rósea, esbatida em diáfana violeta.
— Como é bonito! exclamou Ruth fulgurante, bebendo o ar que vinha em cheio da barra. Está-me parecendo que, se eu fosse rapaz, seria marinheiro.
— Outra tolice.
— Mamãe, o azul é uma cor tão bonita!
— Se fosses rapaz... se fosses rapaz... realmente antes fosses, tu o rapaz e Mário a rapariga... resmungou Teodoro.
— Pobre do Mário... já tardava... disse Mila.
— Isto não é falar mal; é a, verdade.
— Não é falar mal dizer que ele não tem aptidões, que é insignificante?
— Eu não disse tal.
— Mas deu a entender. Eu nem sei até como ele é tão bom, ouvindo tantas insinuações. Se fosse outro, sabe Deus o que teria acontecido! É porque tem mesmo muito bom coração. Os erros que comete são naturais da idade...
— Senhora! não o defenda. Bem sabe porque é que eu digo as coisas. Não falo à-toa.
Não, ela não sabia; o que via era uma grande injustiça, pesando continuamente sobre