pulsação que o sangue vivo e moço dá a uma artéria, correndo sempre com vigor e com ímpeto.
Já de outras ruas descia aquela onda quente, arfante de trabalho, vinha da rua dos Beneditinos e vinha dos armazéns da rua Municipal, todos atulhados de café, que esvaziavam em profusão para os trapiches e as Docas, tornando-se logo a encher famintamente.
Em uma ou outra soleira de porta trabalhadores sentavam-se descansando um momento, com os cotovelos fincados nos joelhos erguidos, salivando o sarro dos cigarros, a saborear uma fumaça, olhando com indiferença para aquela multidão que passava aos trancos e barrancos, na ânsia da vida, num torvelinho de pó e gritaria.
De vez em quando, grupos de rapazinhos, na maior parte italianos, surgiram nas esquinas e percorriam todo o quarteirão, às gargalhadas, enchendo os bolsos com o café das africanas velhas, cujos guinchos de protesto se perdiam abafados pelo ruído complexo da rua.
Dentro dos armazéns a mesma lufa-lufa.
No de Francisco Teodoro não havia paragem.
O primeiro caixeiro, seu Joaquim, um homem moreno, picado das bexigas, de olhos fundos