da borracha e discutiu as suas rendas e os seus costumes. Ali, sim, havia gente refletida, de bons exemplos. Aquilo é que é povo: patriotismo, critério, boas intenções. Falem-me disso.
Concordaram. Houve uma pausa, em que se levaram à boca os copos cheios.
Veio o peru à brasileira provocar elogios ao cozinheiro do Netuno. Magnífico!
Francisco Teodoro afirmou logo que aquele prato parecia feito, de saboroso que estava, por uma mulher. A brasileira tem um jeitinho especial para temperar panelas, dizia ele; e verdade, verdade, assim como ela não devia ser chamada para os cargos exercidos por homens, também os homens não lhes deviam usurpar os seus. A cozinha devia ser trancada ao sexo feio.
Ele dizia isto como pilhéria, por alegria.
Catarina, fazendo estalar uma côdea de pão entre os dedos magros, perguntou sorrindo, com ar de curiosidade maldosa:
— O senhor é contra a emancipação da mulher, está claro.
— Minha senhora, eu sou da opinião de que a mulher nasceu para mãe de família. Crie os seus filhos, seja fiel ao seu marido, dirija bem a sua casa, e terá cumprido a sua missão.