— Faço idéia de que deve ser bem mais difícil de manter do que a nossa.

— Bom; eu quando disse honestidade das mulheres, não foi com o pensamento de que houvesse duas honestidades.

— Pois se tivesse tido tal pensamento, tê-lo-ia com muito acerto. Há duas.

— Temos outra! Se está de maré, explique-nos a diferença.

— Não estou de maré, mas explicarei: é pequena. Materializemos as comparações, para as tornarmos bem claras. Suponhamos, por exemplo, que a nossa honestidade é um casaco preto e que a, das senhoras é um vestido branco. Tudo é roupa, têm ambos o mesmo destino, mas que aspectos e que responsabilidades diferentes!

Assim, o nosso casaco, ora o vestimos de um lado, ora de outro, disfarçando as nodoazinhas. O pano é grosso, com uma escovadela voa para longe toda a poeira da imundície; e ficamos decentes. A honestidade das senhoras é um vestido de cetim branco, sem forro. Um pouco de suor, se faz calor, macula-o; o simples roçar por uma parede, à procura da sombra amável, macula-o; uma picadela de alfinete, que só teve a intenção de segurar uma violeta cheirosa, toma naquela vasta candidez