Era tal a sua confusão e a vibração dos seus nervos, que não sentiu alguém andar pelo corredor de vela acesa e passos compassados.
Mário adormecia feliz, na melhor paz da vida; Francisco Teodoro voltava para o sono interrompido, tendo intimamente perdoado a quem abrira a porta ao seu rapaz, por tão feia noite de trovoada, - e ainda Nina, na estreiteza da sua cama, com os olhos pasmados para o teto negro, sofria, sofria, sofria...
No outro dia, às oito horas da manhã, quando Francisco Teodoro entrou na sala de jantar para o almoço, comido sempre cedo e à parte da família, já lá encontrou a sobrinha, retocando os arranjos do copeiro para a sua mesa.
— Bons dias, Nina; você passou bem a noite? perguntou-lhe ele, fixando-lhe os olhos pisados.
— Eu passo sempre bem... respondeu ela corando.
Ele teve pena; e mais baixo, para que o criado não o ouvisse:
— Você fez mal em abrir a porta a meu filho; ele não lhe merece esses sacrifícios... e... e mesmo isso não lhe fica bem; a sua intenção