— Superioridade de raça... Sim, é o que dizem.

— Não creia o senhor nessas balelas. Qual superioridade de raça! de educação, só de educação. Individualmente, o inglês não é mais forte do que nós, com toda a sua ginástica, com todas as pipas de óleo de fígado que tenha ingerido em pequeno.

A vantagem deles é outra: vêem melhor e fazem a tempo as suas especulações. Podem ter medo de fantasmas, mas não têm medo de negócios. Especular com inteligência, ganhar boladas gordas, encher as mãos, que para isso as têm grandes, de libras esterlinas, eis para o que o inglês nasce e se desenvolve.

Por isso o comércio deles é tão forte.

Como os ingleses se ririam de nós, meu amigo, se quisessem perder tempo estudando as tímidas especulações do nosso comércio de analfabetos!

Não percamos também nós o nosso tempo; estudemos este assunto.

Curvaram-se outra vez para a secretária coberta de artigos, tabelas, estatísticas...

Francisco Teodoro não se atrevia a uma resposta. Inocêncio disse, sem tirar os olhos dos papéis:

— Aqui só vejo um homem capaz