antigo. Ah! se ele tivesse tido instrução...

Quando no dia seguinte abriu o Jornal, na frescura da varanda, percebeu que não suportaria a leitura. Os olhos teimaram, e ficaram-se presos ao papel; mas o pensamento, insubmisso, embarafustou por outros caminhos; foi preciso fazer a vontade ao pensamento. Francisco Teodoro desceu ao escritório e engolfou-se na papelada do Inocêncio Braga.

E lia ainda, meio tonto, quando Ruth entrou, com ar amuado.

— Sabe uma coisa, papaizinho?

— Não... não sei nada. Que temos?

— Uma desgraça.

Francisco Teodoro levantou os olhos, assustado.

— Que dizes?!

— Digo que a Nina faz anos hoje e que ninguém tem um presente para lhe dar. Demais a mais é domingo: está tudo fechado...

— Então a desgraça é essa?

— Sim, senhor. Ela não se esquece de ninguém, não é justo que os outros, que podem mais, se esqueçam dela...

— Ora, não lhe falta nada.

— A mim parece-me que lhe falta tudo. Quando qualquer de nós faz anos, o senhor dá