Nina tinha voltado do casamento de Mário e despia-se devagar no seu quarto, com os olhos fixos na luz branca do espelho.
Era o fim, e nem por estar tudo consumado se resignava. Para bem dela, os noivos iam nesse mesmo dia para Petrópolis, e de lá só voltariam para bordo de um transatlântico. Como seria doce à Paquita cruzar os mares nos braços do seu amor...
Nina desprendeu do corpete as flores de laranjeira que a noiva lhe dera para casar depressa, e contemplou-as com ironia... ia atirá-las ao chão, quando alguém bateu à porta. Abriu.
Era a Noca, que vinha toda alterada.
— Nossa Senhora! quebrou-se o espelho grande do salão!
— Quem foi que o quebrou? perguntou Nina, para dizer alguma coisa.
— Ninguém sabe. Veja só, que desgraça estará para acontecer! Espelho quebrado: morte ou ruína.