Só no fim de um mês foi que a família Teodoro tratou de mudar-se.

Nina despediu os criados, montou a casa nova com mobílias baratas, leitos de ferro, louças brancas, sem douraduras. Pensava em tudo, traçava planos, sacudia o torpor e a apatia dos que a rodeavam, indagava preços e discutia o valor dos objetos que adquiria.

— Você dá à própria dor uma forma de felicidade, disse-lhe um dia o médico; é a mulher mais compenetrada dos seus deveres de mulher que eu tenho conhecido.

— De que serve?!...

— Para fazer os outros felizes. A sua influência e a sua atividade têm realizado prodígios. E eu que já não acreditava em prodígios!

— Bem vê que fazia mal...

— Bem vejo. Nina sorriu; e depois continuou:

— Falando sério: tenho medo da responsabilidade