mandar vir para o lago uma Vitória Régia.

O doutor murmurou por entre dentes, em tom que só Camila pudesse ouvir:

— Isso de prometer é que não é bonito...

A moça relanceou-lhe um olhar, como a pedir misericórdia para o outro, que palestrava agora com o dono da casa. - Não era bonito, por que?!

O capitão Rino destacava-se entre todos na sala pelo seu tipo de louro e pela robustez do seu corpo. Era alto, de ombros largos. Tinha as mãos grandes, os olhos claros, de um azul de faiança, o bigode sedoso, como que acabado de nascer, e a pele queimada pelos ventos do mar. Só se lhe percebia a alvura da tez nos pulsos ou na raiz do pescoço, quando ele atirava a cabeça e os braços nos seus gestos largos e desajeitados. Havia qualquer coisa de infantil naquele homem grande, uma interrogação tímida talvez no olhar, e um certo abandono, de pessoa pouco afeita à sociedade. Vestia-se mal, usava gravatas de cores vistosas, abusando do xadrez nos seus casacos de casimira mal feitos.

Ruth pôs-se em atitude; a mãe gritou-lhe:

— Imagina que estás diante do auditório!