a luneta no nariz.
— Netuno.
— Amado de Anfitrite e das nereidas. O patrono deve pôr-lhe em perigo o sossego...
— Por que?
— Porque assim moço, bonito, e com tal sugestão, de forte envergadura precisa o senhor para resistir as seduções das sereias...
— Que ninguém viu nunca em mares brasileiros; respondeu o capitão ingenuamente.
— Convirá não afirmar que não as haja também em terras do Brasil, sublimou o doutor com um sorrizinho, descendo o olhar para a pera que descascava.
Riram-se do embaraço do capitão, que murmurou, desviando a vista de Camila:
— Os cantos das sereias não me seduziriam...
— Pois é pena; sem imaginação a vida do mar não pode ter encantos. Se eu, em vez de médico, obrigado a deter-me com o que há de mais prosaico na natureza. fosse... o capitão do navio... perdão. do vapor Netuno, apegar-me-ia à mitologia, faria dos seus deuses a minha florida e alegre religião, e afirmo que seriam de gozo para mim as noitadas no convés, vendo ao clarão das estrelas Vênus surgir