iguarias, as mãos descansadas nos braços da cadeira, ele insensivelmente passou do sonho ao sono.

Na meia sombra do lusco-fusco, os olhos do capitão Rino fulguravam, espiando com raiva os rostos do médico e de Camila, que se contemplavam. Mário atravessou o terraço de charuto na boca, em direção à rua.

— Onde vais? perguntou-lhe a mãe.

— Ao teatro; respondeu ele sem se deter. descendo a escada.

— Este rapaz... este rapaz... resmungou por entre dentes o dr. Gervásio, em modo de censura.

Camila desculpou-o; o filho tinha gênio e era muito independente. Não queria contrariá-lo; para quê? a vida é curta, cedo viriam as amofinações. O juízo havia de vir com a idade...

Em baixo, no jardim, entre os grupos rescendentes de heliotropo e de jasmins do Cabo, as crianças e Ruth faziam roda à Noca, mulata antiga na família, que lhes contava histórias de fadas e de príncipes encantados. Vendo Mário dirigir-se para o portão, a mulata chamou-o com familiaridade de amiga velha:

— Seu Mário, escuta aqui!

— Que é, Noca?

— Onde é que vai?