— Trabalhar! Mário tem só dezenove anos!
— Faze mãos de veludo para o acariciar; é o costume! Mas por que não lhe fala você?
— Por que?! Ora essa! porque lhe vou à cara, se ele me retruca com um desaforo!... Esperarei mais alguns dias... fala-lhe tu primeiro. Não lhe metas caraminholas na cabeça; dize-lhe que trabalhe, que siga o meu exemplo, e que se deixe de fazer dívidas. Isto competiria a mim, bem sei, se não me tirasses toda a força moral.
— Eu?!
— Sim. Acodes com panos quentes sempre que o repreendo, e ai está o resultado... E viva um homem honrado para isto! Uma vergonha...
— Ora! também você exagera. Mário tem boa índole. É incapaz de uma ação má. Descanse; eu falarei com ele. Quer então que eu o aconselhe a deixar a tal mulher?...
— Por força! Uma perua velha, que o há de comer por uma perna. Não posso estar continuamente a desembolsar contos de réis para os caprichos da tal madama. Podes dizer ao Mário que, ou ele toma caminho, ou o mando para a Marinha.