Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/124

este que se planejou e efetuou dentro de poucos dias.

O leitor por certo deve ficar maravilhado, com muita razão, ao ver essa altiva e inflexível beldade, que até ali tinha resistido com orgulhoso desdém e glacial indiferença às mais pertinazes e provocadoras seduções, render-se assim tão fácil e prontamente a um forasteiro desconhecido, e aceitar-lhe a mão com tanto desembaraço e açodamento.

É esse também um dos singularíssimos fenômenos desta estupenda história, de que por enquanto não podemos dar razão, e que o leitor a seu tempo verá explicado se quiser ter a paciência de ler os maravilhosos e inauditos sucessos que se vão seguir.

Com a nova desse casamento, que se derramou logo por toda a aldeia e seus arredores como um acontecimento surpreendente e da mais súbita importância, as mães que tinham filhos crescidos, e mesmo as esposas e as irmãs, exultaram de contentamento. A filha do mar ia, enfim, tomar um destino, e talvez abandonar para sempre aquelas paragens, que com sua fatal presença tornara um lutuoso teatro de lamentáveis calamidades. Eis a razão da imensa concorrência, que acudiu à igreja, dos repiques de sino, foguetes, e mais sinais de alegria, com que o