Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/167

levando a rósea mão à boca do mancebo. — Bem sei o que me vais dizer. Se me tens amor, não me aflijas com essa triste recordação neste único momento feliz, que até aqui me tem sorvido na vida. Se soubesses o que se passava dentro deste coração…?! Depois que desapareceste, fiquei sozinha, entregue a mim só, a meus pesares, e à minha fatal beleza, que mau grado meu não cessava de produzir os costumados infortúnios. Devo dizer-te, se é que já não sabes, também teus irmãos amaram-me, e solicitaram o meu amor; mas ai deles…! Não conseguiram mais do que tornar com sua presença e semelhança mais vivas as saudades que tinha de ti, e gravar-me mais fundo no coração um sentimento que jamais devia se extinguir. Também eles desapareceram…! A paz, a alegria, a esperança, tudo fugiu-me com o único homem que soubera cativar-me o coração. Apareceu esse homem que ofertou-me seu amor e sua mão. Eu desejava e devia pôr termo às desgraças que sem querer derramava em torno de mim. Todos julgavam-te morto, e eu, que tinha sido a causa involuntária de tantas catástrofes semelhantes, facilmente o acreditei. Aceitei o seu amor, a sua companhia e proteção, mas não lhe podia dar em troco senão estima e amizade, que muito merecia, mas amor não, que esse tu o havias