Página:A ilha maldita (seguido de) O pão de ouro. (1879).djvu/199

Ricardo, que só uma vez e por instantes tendo visto Regina, conservara ainda certa sobranceria e isenção de ânimo, não pôde mantê-las por muito tempo em face dos irresistíveis atrativos dessa mulher. Ela o amava deveras, e por isso seus encantos para com ele tornavam-se ainda mais poderosos porque, para seduzi-lo, não lhe era mister empregar artifícios nem simulações; bastava deixar falar a voz da natureza. Dentro em pouco tinha abdicado inteiramente nas mãos dela alma e vida, razão e liberdade, e entregava-se submisso ao doce jugo de tão formosa e adorável soberana.

Regina fez o mancebo assentar-se a seu lado sobre um banco natural de relva que se formava junto à base de um rochedo, e começou a contar-lhe o que se segue: