no meio do mar, decorados de colunas de cristal, pórticos soberbos e imensas galerias alpendradas de jaspe e ornadas de inúmeros vasos de prata e ouro carregados de frutos e flores de brilhantes e peregrinas formas. Trajava longas e roçagantes roupas tão ligeiras e diáfanas que mais pareciam nuvem de prata que lhe ondulava em derredor do corpo.
“No meio dessas magnificências, ela amamentava-me aos alvos seios nus jaspeados de veias azuis, e enquanto embalava-me em seu regaço, gentis sereias, quase tão formosas como ela, acalentavam-me ao som de cânticos de inefável melodia.
“Mas, coisa singular! De tudo o que lá me aconteceu, o que menos obscuramente conservo em lembrança é a reminiscência de certas coisas que me disse um dia em uma língua que meus lábios mal começavam a balbuciar, e que depois esqueci completamente. Estávamos nós, ao que me lembra, no alto de um soberbo terraço de maravilhosa estrutura; o mar se desenrolava imenso diante de nossos olhos.
“‘Não estás vendo, menina?’, disse-me ela apontando ao longe para as extremas do oceano. ‘Não estás vendo aquela linha escura que lá se estende imensa pelos confins do horizonte?’
“‘Sim, estou vendo’, balbuciei.