faz desabrochar, e a cheirosa rocia de seus aljofares.
Fascinado por aqueles esplendores sobrenaturais e engolfado nos gozos do amor, o moço indiano esqueceu-se de todo de sua terra e de seus irmãos, e viveu longos anos junto à fada da montanha. Esta entregue às delícias de seu novo viver esqueceu-se também completamente dos misteres, de que fora encarregada pelo pai das luzes. A Aurora, quando arrojava seu carro fulgurante pelos campos do oriente, já não os achava, como dantes, enastrados de rubis e de ouro; em vez da transparente poeira dourada, que lhe iriava os caminhos, tinha de guiá-lo à custo por entre cegas neblinas e temerosos nevoeiros, e as rosas, que espargia pelos céus, fanavam-se e despedaçavam ao sopro iroso dos tufões entre nuvens tempestuosas ao estampido dos trovões. O sol via seus raios empalidecerem e embaçar-se a sua luz rutilante.
Então Tupã indignado falou à filha descuidosa com a voz do trovão. Os raios de céu caíram em chuva sobre a montanha, que encerrava os palácios e os tesouros, que sua infeliz filha guardava para o amante em vez de com eles embelecer as obras da criação, como lhe incumbia.
Derretidas pelos raios ardentes, todas essas riquezas se embeberam pelas entranhas da terra,