cruzavam toda a extensão da América portuguesa em demanda do ouro, expondo-se a toda sorte de azares, e afrontando fadigas e perigos incríveis.
Entre os nomes desses denodados sertanejos avultam em primeira plana os de Bartolomeu Bueno e seus filhos, cujas viagens e assombrosos trabalhos sem dúvida são bem conhecidos dos leitores. Um dos filhos de Bartolomeu Bueno foi encarregado pelo Governador da Capitania de S. Vicente, Rodrigo Cezar de Menezes de explorar e formar estabelecimentos no território de Goiás, onde o pai de Bueno já tinha achado indícios e provas de imensas riquezas minerais. À testa de um destacamento de cerca de duzentas pessoas, Bueno penetrou por aqueles sertões, cuja fama de riqueza aurífera trazia enlevadas todas as imaginações. Dizia-se que pelas regiões banhadas pelo rio Caiapó era tão espantosa a abundância de ouro, que para colhê-lo não seria preciso mais lavar as areias dos rios, nem quebrar o granito das montanhas; via-se distintamente o ouro em grossas barras cintilando ao sol no veio dos rios cristalinos; não seria mais com bateias e almocafres que seria extraído; mas com alavancas e talhadeiras seria arrancado ou cortado aos pedaços, como pedras, que se tiram das pedreiras. A proporção destas assoalhavam-se outras tais e