carga inútil, pois não podiam achar naqueles desertos munição para elas.
Assim se foram desprovidos quase de tudo, munido somente de audácia e resolução. Atravessaram sertões imensos, transpuseram cordilheiras, passaram rios caudalosos sem nada encontrar, que pudesse compensar um dia só dos rudes trabalhos e privações, por que iam passando.
Já quase esmorecidos e arrependidos de sua louca tentativa, quando um dia avistaram uma índia, que à beira de um capão embalava à sombra um menino doente em uma maca de palha de buriti. A índia trazia braceletes e outros ornatos de ouro. Foi um achado, que encheu de alegria os nossos aventureiros.
Chegaram-se a ela; assustou-se, tomou o menino nos braços, e quis correr; mas eles, que em suas longas excursões pelos sertões tinham aprendido alguma coisa da língua dos tupis, tranquilizaram-na, e a resolveram a não fugir. Gaspar, que era algum tanto curandeiro, preparou e aplicou alguns remédios do mato, com os quais a criança começou a ter melhoras.
A índia agradecida tornou-se sumamente dócil, e contou-lhes que os de sua tribo perseguidos por outra tribo inimiga viram-se obrigados a fugir, e a tinham abandonado ali sozinha por não poderem salvá-la com o filho doente. Tinham querido matar a criança,